Previsão é de que o fenômeno tenha intensidade fraca e curta duração, segundo a istração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA)
Repórter de agro e macroeconomia Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 11h12. Última atualização em 13 de dezembro de 2024 às 11h14.
Mesmo com o atraso, o La Niña tem 59% de chance de se manifestar no Brasil durante o período de verão, que começa em 21 de dezembro de 2024 e vai até 25 de março de 2025. A previsão é de que o fenômeno tenha intensidade fraca e curta duração, segundo a nova atualização da istração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).
O La Niña é caracterizado por temperaturas mais baixas do que a média no Oceano Pacífico central e equatorial e é conhecido por causar impactos significativos na agricultura global, como enchentes, secas e aumento na atividade de furacões no Caribe.
Com a previsão do NOAA, os impactos do La Niña tendem a ser mais brandos, o que deve beneficiar a safra brasileira, que já tem expectativa de recorde. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 322,4 milhões de toneladas na safra 2024/25, o que representa um aumento de 8% em relação à temporada anterior.
No Brasil, as atenções estão voltadas para a estimativa de safra recorde de grãos em 2024/25. A última projeção da Conab indica uma produção de 322,53 milhões de toneladas, um aumento de 8,2% em relação à temporada 2023/24, o que significa 24,6 milhões de toneladas a mais.
“Essas variações climáticas, como El Niño e La Niña , ainda são muito difíceis de prever com precisão a longo prazo. Há uma grande dificuldade em antecipar esses eventos”, afirma Willians Bini, meteorologista e consultor sênior em clima e mudanças climáticas.
O La Niña tende a reduzir a quantidade de chuvas e intensificar períodos de seca, o que pode afetar diretamente as colheitas em várias regiões do mundo. O ciclo entre La Niña, El Niño e a fase neutra geralmente dura de dois a sete anos.
De acordo com a nota emitida pelo NOAA, “condições fracas de La Niña teriam menos probabilidade de resultar nos impactos típicos do inverno, embora sinais previsíveis ainda possam influenciar a direção da previsão”.
2 /17Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)(Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre)
3 /17Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A água e a lama tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)(Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre)
4 /17Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP(Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre)
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No Brasil, o fenômeno La Niña pode impactar o país de diversas maneiras, especialmente em relação às suas principais culturas agrícolas, como soja, café e açúcar.
Segundo a Climatempo, caso ocorra o La Niña, as regiões Norte e Nordeste do Brasil devem receber mais chuvas do que o habitual, o que pode ser vantajoso para a agricultura local. Por outro lado, a região Sul poderá experimentar uma redução nas chuvas, com possibilidade de geadas tardias e estiagem durante o verão.
No caso da soja, o clima mais seco e quente deve atingir a maioria das regiões produtoras de soja no sul do Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores da oleaginosa no país.