Greve: caminhoneiros entram em greve nesta segunda (Sindtaque MG/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 9 de junho de 2025 às 15h26.
Caminhoneiros que transportam combustíveis e derivados de petróleo e prestam serviços para a Vibra Energia entraram em greve por tempo indeterminado no início da madrugada desta segunda-feira, 9, em Betim, Minas Gerais.
No início do dia, dezenas de caminhões-tanque estavam parados na entrada da base da Vibra em Betim, no Distrito Industrial Paulo Camilo Sul, próximo à via de o à Refinaria Gabriel os (Regap).
Segundo o sindicato dos motoristas, o Sindtaque-MG, a paralisação pode "comprometer" o abastecimento de combustíveis em postos e aeroportos do estado. Como não ocorre abastecimento nos postos no fim de semana, os estabelecimentos já se encontram com uma quantidade menor de combustível, disse a associação.
A Vibra tem forte presença em postos de combustíveis, com diversas marcas e serviços. A empresa também é líder no mercado de distribuição de combustíveis de aviação e no mercado de solventes.
Os transportadores reivindicam o pagamento do Piso Mínimo de Frete (Lei 13.703/2018) e do Vale-Pedágio Obrigatório (Lei 10.209/2001, regulamentada pela Resolução nº 2885/2008, da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT).
Irani Gomes, presidente da entidade, afirma que há anos ambas as leis vêm sendo descumpridas pela Vibra e demais distribuidoras que atuam no estado. O frete tem sido pago de 10% a 15% abaixo do valor mínimo.
"Com o descumprimento do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio Obrigatório em Minas, os transportadores vêm acumulando prejuízos incalculáveis. Exigimos da Vibra o cumprimento imediato desses direitos dos transportadores, bem como a ampliação e intensificação da fiscalização aos contratantes de serviços de frete por parte da ANTT", disse em nota.
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou que foi comunicado sobre a greve e que monitora o movimento e seus impactos.
A Vibra afirmou que está adotando todas as medidas necessárias para mitigar eventuais riscos de desabastecimento e atender aos seus clientes. A empresa acrescentou ainda que os contratos firmados com os transportadores estão vigentes e devem ser cumpridos, sob pena da aplicação das penalidades previstas. A empresa afirma ainda que está aberta ao diálogo.
"A Vibra reitera seu compromisso com a regularidade do abastecimento no estado de Minas Gerais e permanece em articulação com os órgãos competentes para assegurar a continuidade dos serviços. Ademais, informamos que a companhia está sempre aberta ao diálogo individual com cada um de seus contratados, repudiando de forma veemente qualquer tentativa de combinação coletiva de preços, que configura, em tese, infração à legislação de defesa da concorrência, sujeita às sanções legais cabíveis, conforme estabelecido pelos órgãos competentes", diz a nota.