Brasil

Não posso tirar de pobres e dar a paupérrimos, diz Bolsonaro sobre abono

Em fala durante evento, o presidente disse também que a proposta do Renda Brasil do jeito que está "não será enviado ao Congresso"

Bolsonaro: "Não posso tirar dinheiro de pobres e dar aos paupérrimos", disse, acrescentando que também "não pode fazer milagre" (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: "Não posso tirar dinheiro de pobres e dar aos paupérrimos", disse, acrescentando que também "não pode fazer milagre" (Adriano Machado/Reuters)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 12h32.

Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 20h50.

 O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que rejeitou a proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil porque ficou insatisfeito com os cortes de programas como o abono salarial para financiar o novo projeto, e disse que o texto não será enviado ao Congresso.

“Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos. Não posso tirar o abono salarial de 12 milhões de pessoas para dar para um Bolsa Família ou Renda Brasil ou seja lá que for”, disse o presidente durante discurso em evento em Ipatinga (MG) para marcar a religação do Alto Forno 1 da Usiminas.

A proposta de criação do Renda Brasil, que estava no pacote de medidas de aceleração da economia apresentadas ao presidente pelo ministro Paulo Guedes, previa um benefício maior que o valor atual do Bolsa Família, mas, para financiá-lo, a equipe econômica propôs o corte de outros programas sociais, como o abono salarial, o seguro-defeso e o Farmácia Popular.

Ime

Desde esta terça-feira, 25, a equipe econômica enfrenta um ime para usar o dinheiro do abono salarial de trabalhadores para o programa assistencial. Mesmo que o abono seja extinto, como quer a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, os recursos só começariam a ficar "livres" no Orçamento a partir de 2022.

O governo, porém, quer começar a fazer uma ponte entre o auxílio emergencial criado por causa da pandemia do novo coronavírus e o Renda Brasil ainda este ano.

Hoje, o abono salarial é pago a trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos. O desembolso tem certa defasagem. Quem teve ao menos 30 dias de emprego registrado em 2019, recebe entre julho deste ano e março de 2021.

Já quem trabalhou ou está empregado com carteira durante o ano de 2020 deve receber o benefício entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMinas GeraisRenda Brasil

Mais de Brasil

Recuperação da popularidade de Lula perde fôlego e reprovação chega a 40%, diz Datafolha

Itamaraty entrega a autoridades italianas pedido de extradição de Carla Zambelli

Moraes diz em julgamento no STF que redes sociais permitem ações 'criminosas' contra crianças

MP do governo prevê mudança em cargos da Receita Federal com custo de R$ 12,9 milhões por ano