Prejuízos somam mais de R$ 1,4 bilhão por ano (QUATRO RODAS/MARCO DE BARI)
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Publicado em 7 de junho de 2025 às 07h00.
Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL), a venda de lubrificantes adulterados já representa 20% do volume comercializado no país, conforme estimativas da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Os prejuízos associados a essas irregularidades somam mais de R$ 1,4 bilhão por ano, levando em conta falhas mecânicas, perda de garantia de fábrica, manutenções corretivas e fraudes tributárias.
“É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor. Produtos adulterados comprometem peças essenciais e podem levar à perda total do veículo, além de representar um risco direto à segurança de quem está ao volante”, alerta Emerson Kapaz, presidente do Instituto.a
Os impactos são diversos e começam, muitas vezes, com a formação de borra no motor. O acúmulo de resíduos sólidos provocados pela degradação do óleo pode entupir dutos, danificar pistões e comprometer o sistema como um todo. O conserto, nesses casos, varia entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.
A presença de contaminantes, como água, ácidos ou aditivos impróprios, também pode comprometer seriamente as peças internas do motor, levando à corrosão de mancais e à falha do eixo virabrequim — reparos que podem ultraar R$ 10 mil. Há ainda o risco de obstrução no sistema de lubrificação, o que restringe o fluxo de óleo e pode provocar superaquecimento, afetando componentes como a bomba d’água e a junta do cabeçote. Nesses casos, os custos de reparo podem atingir até R$ 7 mil.
Outro problema recorrente é a quebra da correia dentada ou até mesmo do motor, consequência do uso de óleos com viscosidade fora das especificações recomendadas. Esse tipo de falha pode gerar reparos com valores que variam entre R$ 4 mil e R$ 12 mil, dependendo do modelo do veículo.
“A melhor forma do consumidor se proteger é adotando cuidados simples, mas essenciais na hora da compra”, orienta Kapaz. Entre as recomendações do Instituto estão: exigir nota fiscal, verificar o selo de qualidade do fabricante, conferir o número do lote e o CNPJ no rótulo e, principalmente, consultar o manual do veículo para garantir que o produto está de acordo com as especificações da montadora.
“Compras em plataformas não homologadas ou de procedência duvidosa devem ser evitadas, pois representam alto risco de fraude e danos ao veículo”, conclui o Instituto.
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