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“Contratar não é suficiente se não houver dignidade”, diz fundadora da Talento Incluir

Para Carolina Ignarra, inclusão real começa com escuta, adaptação e protagonismo das pessoas com deficiência

 (LinkedIn/reprodução)

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Luana Araujo
Luana Araujo

Redatora

Publicado em 5 de junho de 2025 às 15h17.

Durante o evento RH Summit 2025, Carolina Ignarra, CEO e fundadora da Talento Incluir, consultoria especializada na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, diz que promover diversidade exige mais do que apenas recrutar talentos diversos. É preciso garantir dignidade, protagonismo e espaço real de crescimento para esse público.

Essa visão não veio da teoria, mas da prática. Carolina é uma mulher com deficiência. Formada em educação física, ela trabalhava com ginástica laboral dentro de empresas quando começou a receber propostas de emprego que ignoravam suas qualificações. ram convites focados apenas em preencher exigências legais, sem levar em conta suas competências.

A partir dessa experiência, surgiu, em 2008, a Talento Incluir – como resposta à percepção de que muitas organizações ainda tratavam a contratação de pessoas com deficiência como uma obrigação legal, e não como uma relação profissional baseada em mérito.

Desde então, a consultoria já apoiou a inclusão de mais de 9 mil pessoas com deficiência em mais de 650 grandes empresas brasileiras. O impacto é expressivo, mas ainda está longe de resolver a desigualdade. 

"O nosso propósito é promover dignidade para a pessoa com deficiência por meio da empregabilidade"Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir

Segundo Carolina, o mercado levou tempo para compreender que a inclusão de pessoas com deficiência exige planejamento, ações afirmativas e intencionalidade. Ainda hoje, muitas empresas alegam não encontrar candidatos, mas, para ela, o problema costuma estar na forma como as vagas são divulgadas (sem direcionamento adequado ou sem garantir ibilidade desde o primeiro contato até o ambiente de trabalho).

É por isso que ela acredita que a ibilidade não se resume a rampas ou intérpretes de Libras. Também envolve adaptações metodológicas e comportamentais (como o uso de linguagem simplificada em processos seletivos ou a preparação de lideranças para acolher profissionais que, por falta de oportunidades anteriores, talvez ainda não tenham desenvolvido pleno protagonismo em entrevistas).

Apesar de reconhecer que o cenário está longe do ideal, Carolina acredita que cada o importa. Nem todo mundo encontrará, de imediato, um ambiente corporativo 100% ível. Mas participar da construção desse processo já representa uma conquista. 

Para ela, o futuro será mais inclusivo se o presente for moldado com intenção e compromisso coletivo.

No RH Summit, especialistas alertam: sem cuidar do RH, não há cultura que se sustente

Este texto surgiu a partir de uma das palestra do RH Summit 2025. Reunindo centenas de especialistas e milhares de participantes, o evento promove discussões profundas sobre os desafios reais do setor, com temas como saúde mental, liderança, cultura organizacional, inovação, dados e muito mais.

Organizado para gerar impacto prático, o RH Summit é uma plataforma de troca, aprendizado e construção coletiva — e reforça um ponto essencial: o futuro do trabalho depende de quem cuida dele hoje.

Acompanhe tudo sobre:Branded MarketingMundo RH

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