Ciência

Big Bang, que nada: universo surgiu de um buraco negro em cosmos maior, diz nova teoria

Uma teoria alternativa ao Big Bang propõe que o cosmos nasceu dentro de um buraco negro em um universo maior

Universo: teoria desafia Big Bang e sugere que o universo nasceu dentro de um buraco negro em um cosmos maior (Nasa/divulgação/Getty Images)

Universo: teoria desafia Big Bang e sugere que o universo nasceu dentro de um buraco negro em um cosmos maior (Nasa/divulgação/Getty Images)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 9 de junho de 2025 às 12h54.

O universo pode não ter surgido do Big Bang, mas dentro de um buraco negro em um universo maior — essa é uma hipótese intrigante que desafia o modelo cosmológico predominante.

Tradicionalmente, a teoria do Big Bang, amplamente aceita e fundamentada em evidências como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas e a expansão do universo observada pelo desvio para o vermelho das galáxias, explica que o cosmos teve início há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de um estado extremamente quente e denso.

O que desafia o Big Bang?

No entanto, algumas teorias alternativas buscam responder a questões que permanecem sem solução no modelo padrão, como a singularidade inicial, a natureza da matéria escura e a planicidade do universo.

Entre elas, destaca-se a hipótese da “seleção cosmológica natural”, proposta pelo físico Lee Smolin, que sugere que nosso universo teria nascido dentro de um buraco negro existente em um universo “pai” maior.

Essa ideia parte do princípio de que buracos negros podem dar origem a novos universos, semelhantes a um processo de reprodução natural, onde cada “universo-filho” carrega características herdadas do “universo-pai”.

O universo como uma "bolha" dentro de algo maior

Essa visão amplia a noção de singularidade — ponto de densidade infinita que marca o início do Big Bang — para um cenário em que a origem do nosso universo está dentro de uma estrutura cósmica maior, um buraco negro.

Assim, o Big Bang não seria o começo absoluto de tudo, mas um evento interno a um universo maior, que pode estar em um ciclo contínuo de nascimento e morte de universos.

Essa ideia dialoga com outras teorias que tentam conciliar a relatividade geral com a mecânica quântica, como a gravidade quântica em loop, que também propõe ciclos de expansão e contração do universo.

Ciclos de expansão e contração: a cosmologia saltitante

Além disso, modelos como a “cosmologia saltitante” sugerem que o universo a por ciclos de expansão e contração, evitando a singularidade inicial e explicando problemas como a planicidade observada atualmente.

Esses ciclos poderiam envolver fases em que buracos negros primordiais se formam e influenciam a dinâmica do cosmos, reforçando a possibilidade de que nosso universo seja apenas uma “bolha” dentro de uma estrutura maior.

Futuras descobertas e a busca por evidências

Embora essas teorias ainda estejam em desenvolvimento e careçam de evidências observacionais diretas, elas oferecem perspectivas fascinantes para a origem e evolução do cosmos, complementando e desafiando a teoria do Big Bang, que permanece a explicação mais aceita até hoje.

Futuras descobertas, como a detecção de ondas gravitacionais estocásticas, poderão ajudar a validar ou refutar essas hipóteses, abrindo caminho para uma compreensão mais profunda do universo e de sua possível “ancestralidade” cósmica.

Acompanhe tudo sobre:Pesquisas científicasQuímica (ciência)Planeta Terra

Mais de Ciência

arinhos fazem ninho com fibra óptica de drones usados em guerra na Ucrânia; veja foto

Quem é a brasileira escolhida para voo inaugural da Titans Space com destino à Lua e a Marte

Desastre na Lua? Startup espacial japonesa afirma ter perdido contato com módulo lunar

Lua de Morango: saiba como ver fenômeno mais baixo do céu em quase 20 anos