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A startup que ajudou o varejo a salvar R$ 25 milhões ao combater o desperdício

A Infineat apostou em uma plataforma de impacto socioambiental que conecta grandes varejistas como Carrefour e Unilever e destina produtos que seriam descartados a organizações sociais

O Brasil é hoje um dos 10 países que mais desperdiçam no mundo: são cerca de cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos perdidos por ano (Infineat/Divulgação)

O Brasil é hoje um dos 10 países que mais desperdiçam no mundo: são cerca de cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos perdidos por ano (Infineat/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 11 de abril de 2025 às 16h39.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 16h49.

A startup brasileira Infineat bateu um marco expressivo em 2024: evitou o descarte de mais de R$ 25 milhões em produtos que seriam desperdiçados no varejo, graças a uma plataforma que conecta grandes redes como Carrefour, Unilever, Grupo Mateus e Cencosud a organizações sociais.

O volume representa aproximadamente 2,5 mil toneladas de alimentos e outros itens essenciais que deixaram de parar em aterros sanitários ou lixões e foram destinados para populações mais vulneráveis. 

Presente em 18 estados brasileiros, a empresa conseguiu complementar 4,1 milhões de refeições ao longo do ano, atendendo cerca de 70 mil pessoas por mês.

A iniciativa combate dois problemas: a geração de lixo poluente e a insegurança alimentar, visto que se tratam de produtos em perfeitas condições de consumo. O CEO, o Alexandre Vasserman, define o negócio como uma "filantech" — uma mistura de filantropia com tecnologia. 

O Brasil é hoje um dos dez países que mais desperdiçam no mundo: são cerca de cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos perdidos por ano, o que representa 30% da produção total do país. 

Embora o maior gargalo das perdas aconteça nas etapas iniciais da cadeia produtiva, especificamente na produção agrícola e na pós-colheita, o varejo traz outros desafios: produtos que se aproximam da data de validade ou que apresentam pequenas imperfeições estéticas são frequentemente descartados. É aí que a Infinet atua.

"O desperdício sempre foi um problema escancarado, mas não mensurado. Nosso trabalho permitiu transformar essa questão em algo gerenciável e de alto valor para as empresas, para a sociedade e para o meio ambiente", disse Alexandre Vasserman, CEO da Infineat.

Entre as instituições beneficiadas, estão a ONG O Pequeno Cotolengo Dom Orione. A organização conseguiu reduzir seus gastos com alimentação para menos da metade, após anos comprometendo mais de R$ 20 mil mensais com compras básicas.

Já a Associação Ação Gueto economiza R$ 1,5 mil por mês que antes eram destinados a complementar cestas básicas. Atualmente, a entidade recebe mais que o triplo em valor de produtos, arcando apenas com custos de transporte.

Tecnologia contra o desperdício

A solução desenvolvida pela startup combina análise de dados, tecnologia proprietária de mapeamento e execução padronizada para mensurar e gerenciar o excedente em lojas em todo o Brasil. Esse processo permite rastrear o ciclo completo dos produtos pós-perda, padronizar processos e gerar transparência para as redes varejistas, que também economizam com custos do descarte de resíduos. 

O modelo de negócio transforma um problema ambiental e social em oportunidade de gestão mais eficiente para o varejo. As empresas parceiras não apenas reduzem perdas e geram economia mas também fortalecem vínculos com a comunidade e contribuem para a redução da fome.

Ano de expansão

Para 2025, a Infineat anuncia o lançamento de um indicador proprietário de eficiência, desenvolvido para medir o potencial de reaproveitamento de produtos pós-perda. A ferramenta permitirá identificar onde há maior espaço para avançar, tanto do ponto de vista econômico quanto social e ambiental.

"O que estamos fazendo é uma mudança muito maior do que apenas oferecer uma resposta pontual ou um novo produto, é uma reorganização do sistema, de como o setor inteiro lida com esse problema", explicou Alexandre. O CEO complementa que a empresa pretende influenciar decisões institucionais e políticas públicas.

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