Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Cada caso de uso do Drex é mais complexo que todo o Pix, afirma Banco Central

Henrique Videira, que participa do desenvolvimento da versão digital do real, afirmou que BC espera resolver "rapidamente" questão da privacidade

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 4 de junho de 2025 às 14h30.

Tudo sobreDrex (Real Digital)
Saiba mais

O Drex é um projeto ambicioso, e cada caso de uso que está sendo testado atualmente é maior que todo o Pix. É o que afirmou Henrique Videira, auditor do Banco Central e parte da equipe de desenvolvimento do projeto, nesta quarta-feira, 4, durante o evento TokenNation 2025.

Videira destacou que 98% da economia mundial já está experimentando as CBDCs - moedas digitais de bancos centrais - em maior ou menor grau. É o caso do Brasil, que segue desenvolvendo o Drex. A ideia é que o projeto vá além de uma versão digital do real, oferecendo também uma nova infraestrutura para o mercado financeiro.

Atualmente, o projeto está na segunda fase do seu piloto, em que diferentes instituições financeiras se dividiram para testar casos de uso práticos. A ideia é que a fase termine no final de julho, quando ocorrerá uma avaliação do que foi entregue, das soluções de privacidade implementada e se os objetivos do Banco Central foram atendidos. Em seguida, haverá a definição dos próximos os.

  • Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Não perca tempo nem fique para trás: abra sua conta na Mynt e invista com o apoio de especialistas e com curadoria dos melhores criptoativos para você investir

"Drex hoje é uma agenda estratégica do Banco Central. É um projeto muito complexo e ambicioso, cada caso de uso do Drex é mais complexo que todo o Pix. Se o Pix já deu trabalho, imagina criar todo esse ecossistema. Não é algo simples de implementar" destacou.

Usos futuros do Drex

Segundo Videira, a ideia é que, quando o usuário abrir o aplicativo do banco, encontre consolidado "tudo o que tem no sistema financeiro nacional" e que esteja registrado no Drex, como depósitos bancários, ações, imóveis e automóveis. A autarquia busca, ainda, uma experiência simples, fluida e integrada para o sistema.

"Vai ser um agregador de serviços. O usuário vai poder ver tudo o que tem em termos financeiros, ativos reais, imóveis, automóveis, qual crédito pode tomar, tudo disponível. E a competição no sistema financeiro vai aumentar. O Drex é um excelente instrumento para oferta de crédito, e vai ser possível oferecer crédito mais barato para pequenas e médias empresas, colocando o imóvel como uma garantia, por exemplo", comentou.

O auditor do Banco Central ressaltou que o uso do Drex será opcional, não obrigatório, em uma estratégia semelhante à adotada no lançamento do Pix. Haverá, ainda, a divisão do Drex em dois, um de varejo e outro de atacado.

O Drex de varejo será usado pelos cidadãos, em que os depósitos feitos em bacos serão tokenizados. Já o Drex de atacado será usado pelos bancos, envolvendo a tokenização de reservas bancárias que poderão ser trocadas entre instituições financeiras.

A ideia é ter soluções de privacidade e escalabilidade específicas para cada caso de uso, ao invés de uma solução única geral para todo o sistema, como foi inicialmente cogitado pelo Banco Central.

Desafios do projeto

Ao falar sobre os problemas e desafios atuais do Drex, Videira explicou que a privacidade é mais um "desafio" do que um "problema", mas que ele está "sendo corretamente endereçado", com resultados promissores no piloto. "Estamos esperançosos de que isso vai ser resolvido rapidamente", destacou.

Além da questão da privacidade, ele citou a questão da interoperabilidade, já que será preciso que o Drex consiga interagir com outras redes blockchain e até projetos do mundo cripto. "Vai ser uma rede permissionada, então não pode ter transações em blockchains como ocorre em cripto, com intermediários. No Drex, não pode depender de intermediários".

Videira explica que todos os casos de uso, problemas e desafios estão sendo trabalhados "simultaneamente", algo que demanda "muito trabalho". Há, ainda, a necessidade de que todos os elementos, casos de uso e soluções do projeto tenham o "amparo legal" necessário, seguindo as leis brasileiras.

"É preciso também desenhar cenários de ataque, envolvendo tudo o que a criatividade permite imaginar que um hacker pode fazer. No ambiente do Drex, em que só as instituições financeiras podem ar, isso já é mitigado, mas precisa ser pensado", ressaltou.

O auditor do Banco Central apontou, ainda, um potencial relevante em relação à sinergia entre a tecnologia blockchain e a inteligência artificial, o que ele avalia se rum "casamento perfeito".

"O foco hoje está nos LLMs, ChatGPT, mas teremos modelos mais sofisticados, que vão além. Estamos arranhando a ponta do iceberg. A IA gasta muita energia hoje para fazer classificação de dados, e o blockchain pode dar insumos básicos, dados estruturados, com pouco desvio, e isso será importantíssimo para IA e todos os cientistas de dados, pesquisadores, que precisam desses dados. Permite criar novos produtos, tecnologias, serviços. O momento é de impulsionar o BC, motivar todo o ecossistema, a economia, para dar os mais largos", destacou.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:Drex (Real Digital)PIXBanco CentralInteligência artificialBlockchain

Mais de Future of Money

Atualização Pectra da Ethereum não gerou alta relevante na atividade da rede, diz JPMorgan

5 criptomoedas que podem disparar em junho, segundo especialistas

Bitcoin hoje: pressão vendedora pode impedir alta acima de US$ 106 mil; entenda

Saques do Brasil em fundos de criptomoedas ultraam R$ 18 milhões em semana de alta do Ethereum