Resultado veio acima da estimativa dos analistas, muito embora as vendas da marca tenham ficado aquém do esperado
Repórter de POP Publicado em 25 de abril de 2025 às 08h16. Última atualização em 25 de abril de 2025 às 10h22.
A montadora chinesa BYD começou 2025 na cola da Tesla para dominar o mercado de modelos elétricos. E parece estar no caminho: a companhia divulgou os resultados do primeiro trimestre do ano nesta sexta-feira, 25, e apresentou lucro líquido de 9,15 bilhões de yuans (US$ 1,3 bilhão). O valor veio acima dos 8,1 bilhões de yuans esperados pelos analistas da Bloomberg .
O valor é expressivamente mais alto que o da Tesla,de US$ 409 milhões, que divulgou seus resultados no início da semana.
A receita da montadora chinesa foi de 170 bilhões de yuans (US$ 23,3 bilhões), 36% maior na comparação anual, ante aos US$ 19,34 bilhões da empresa de Elon Musk.
Dado que os três primeiros meses do ano são, em geral, menos produtivos para a BYD — em especial pelo Ano Novo Lunar —, o resultado divulgado nesta sexta-feira é ainda mais animador para a montadora chinesa. Foram cerca de 1 milhão de unidades vendidas entre janeiro e março, com potencial de cerca de 5,5 milhões no ano, incluindo 800 mil exportações.
Pouco antes do anúncio dos resultados desta sexta, no início desta semana, a BYD desmembrou suas ações para atrair um número maior de investidores — o mesmo que outras big techs, como Nvidia Corp. e Tesla, fizeram recentemente.
A empresa vai distrbuir oito ações bônus para cada 10 ações detidas e a ideia é emitir 12 ações de capitalização das reservas para cada 10 ações emitidas.
Com sede em Shenzhen, a BYD consolidou sua liderança no maior mercado de veículos elétricos do mundo ao combinar preços competitivos com inovações tecnológicas.
Neste ano, a montadora lançou um sistema de recarga capaz de adicionar 400 km de autonomia em 5 minutos e incluiu recursos avançados de assistência à direção até mesmo nos modelos mais íveis. Esse salto tecnológico ajudou a BYD a alcançar novos patamares: as ações negociadas em Hong Kong subiram cerca de 51% no ano, atingindo máximas históricas. E a expectativa é manter o ritmo acelerado.
Quanto às tarifas de Trump contra a China, que estão pausadas por menos de 90 dias, os analistas ouvidos pela Bloomberg afirmam que o impacto será quase indolor. A montadora não vende carros de eio nos EUA e vem crescendo em mercados como América do Sul e partes do Sudeste Asiático.
Na Europa, a expansão é quase certa: a empresa está construindo uma fábrica de veículos elétricos na Hungria, com previsão de início de produção para o final de 2025.
Em 2024, montadora chinesa exportou 417,2 mil veículos, crescimento anual de 71,9%. O mês de dezembro foi particularmente forte, com mais de 57 mil veículos vendidos em mercados internacionais, um aumento de 58,34% em comparação com o mesmo período do ano anterior.