Fundos de investimentos: multimercados seguem sendo o destaque negativo no ano em captação (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 6 de junho de 2025 às 18h37.
Última atualização em 6 de junho de 2025 às 19h01.
Em meio a um cenário ainda de juros altos e incertezas fiscais, os fundos de investimento registraram resgate líquido de R$ 14,1 bilhões em maio, segundo o Boletim da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) do mês de junho. O desempenho, no entanto, foi mais suave que o de abril, quando a captação ficou negativa em R$ 50,6 bilhões. No ano, a saída líquida acumula R$ 78,3 bilhões.
Os maiores resgates líquidos seguem na classe de multimercado, com R$ 16,2 bilhões, seguida das classes ações e renda fixa, que apresentaram saídas de R$ 3,4 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente.
Mas não é que a rentabilidade esteja ruim – pelo contrário. Segundo o boletim, os fundos da classe de ações mantiveram o bom desempenho observado em abril.
A categoria Ações Livre, com maior patrimônio líquido da classe, subiu 4,20% em maio, enquanto o Ações Investimento no Exterior teve valorização de 5,15%. No acumulado do ano, esses fundos registram rentabilidades de 16,82% e 12,02% – o primeiro, acima do Ibovespa, que subiu 14% no mesmo período.
Já entre os multimercado, os tipos Investimentos no Exterior e Multimercado Livre avançaram 1,07% e 1,00%, respectivamente, no mês.
De acordo com o boletim, entre os fundos estruturados, os FIDCs se recuperaram das perdas de abril e registraram entrada líquida de R$ 1,4 bilhão – mas, no ano, há perda acumulada de R$ 4,6 bilhões.
Os FIPs, por sua vez, se destacam. Os Fundos de Investimento em Participações registraram captação positiva de R$ 2,6 bilhões, acumulando R$ 11,3 bilhões em 2025.
De acordo com Eduardo Solamone, diretor de RI da Sol Agora, o que aconteceu foi que os FIDCs absorveram a saída de capital de fundos de ações e multimercado.
“As razões para a mudança do mercado estão relacionadas à ausência de come-cotas; a tributação bianual em FIDCs; o cenário macro com altas taxas de juro e a flexibilidade do FIDC, que ou a adquirir diferentes tipos de crédito: recebíveis, CCBs e debêntures”, explica.