Analistas destacam riscos competitivos e jurídicos que limitam o potencial adicional de valorização após alta de 35% no ano
B3: Valorização mais expressiva dependeria de retomada consistente no mercado de ações, aponta Goldman (Eduardo Frazão/Exame)
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 5 de junho de 2025 às 09h22.

Última atualização em 5 de junho de 2025 às 10h20.

O Goldman Sachs rebaixou sua recomendação para as ações da B3 (B3SA3), de 'compra'para ' neutra ', com um preço-alvo revisado de R$14,18, contra R$14,50 anteriormente.

O rebaixamento vem após uma forte valorização das ações da companhia, que subiram 35% desde a inclusão na lista de "Buy" do banco, em dezembro de 2024, o que, na visão dos analistas, já limita o potencial de valorização.

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"A B3, apesar de uma sólida posição no mercado, enfrenta desafios relacionados a riscos competitivos e processos jurídicos que podem limitar sua valorização no curto prazo, mantendo a recomendação neutra por enquanto", avaliam os analistas.

De acordo com os analistas do banco, embora o mix de receitas da B3 tenha se tornado mais resiliente, com uma menor dependência de receitas sensíveis a taxas de juros, o potencial de crescimento das margens parece limitado.

Ainda que segmentos como derivativos, renda fixa e tecnologia devam impulsionar o crescimento das receitas, a recuperação dos mercados de ações será crucial para resultados mais expressivos.

O crescimento da B3 em derivativos parece consolidado, mas os fluxos de entrada de investidores estrangeiros no Brasil ainda representam uma baixa porcentagem da capitalização de mercado global, o que limita o crescimento das receitas de ações.

A B3 pode se beneficiar de uma taxa de juros mais baixa ou maiores fluxos de capital estrangeiro, o que, por sua vez, poderia levar a um aumento no ADTV (volume médio diário de negociações) de ações.

Outro fator que pesa sobre as perspectivas da B3 são os processos judiciais pendentes, com o valor total das ações legais relacionadas a perdas cambiais e ágio chegando a R$ 54,2 bilhões. Embora duas decisões favoráveis tenham ocorrido recentemente, esses processos ainda representam um risco significativo para a empresa.

O Goldman Sachs aponta que a B3 tem um potencial de retorno total de 10%, levando em consideração 4% de valorização adicional até o preço-alvo e um rendimento de dividendos de 6%.

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