Advogados do governo pediram aos juízes que limitassem a abrangência das decisões de três tribunais inferiores que haviam emitido pausas nacionais na medida
Agência de notícias Publicado em 13 de março de 2025 às 18h44.
Uma manifestação exigiu nesta quinta-feira (13) um aumento para as pensões "de fome" na Venezuela, que não chegam a 2 dólares mensais, estão congeladas há três anos e foram golpeadas pela desvalorização da moeda local.
"Nos aplicam a pena de morte porque com os salários que ganhamos não conseguimos comer", disse à AFP Ana Mercedes Lares, aposentada de um hospital público de 71 anos, que participou dessa manifestação de cerca de 40 pessoas em frente à Defensoria do Povo.
"Se não fosse por meus filhos, por meus netos", que a ajudam financeiramente, "eu já teria morrido", acrescentou.
Os 130 bolívares que os aposentados do Seguro Social recebem equivaliam a cerca de 30 dólares em 2022 (R$ 174 na cotação atual), quando foi decretado o último aumento do salário mínimo. Hoje, correspondem a apenas 1,96 dólar (R$ 11,4).
Um aposentado da istração pública pode ganhar um pouco mais, mas ainda assim é uma renda precária. O governo do presidente Nicolás Maduro normalmente culpa as sanções dos Estados Unidos aplicadas à Venezuela desde 2019 pelos baixos salários.
Nos últimos anos, Maduro optou por complementar o salário mínimo dos funcionários públicos ativos com bônus que elevam a renda mínima mensal para 130 dólares (R$ 755), mas esses valores não impactam nos benefícios sociais. Os aposentados não recebem esses bônus.
Especialistas estimam que uma cesta básica mensal para uma família de quatro pessoas varia entre 270 e 500 dólares (entre R$ 1.570 e R$ 2.900).
"Temos pensões e salários de fome, estamos em situação de indigência social", afirmou, por sua vez, Ana Rosario Contreras, também aposentada da istração pública.