Medida é mais uma na escalada da guerra comercial deflagrada por Trump e afeta encomendas de pequeno valor, principalmente dos varejistas chineses como Temu e Shein
Medida é mais uma na escalada da guerra comercial deflagrada por Trump (Rawf8/Getty Images)

Medida é mais uma na escalada da guerra comercial deflagrada por Trump (Rawf8/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 2 de maio de 2025 às 08h36.

Última atualização em 2 de maio de 2025 às 08h37.

A partir desta sexta-feira, 2, a isenção de impostos de importação sobre "minimis" (pequenos pacotes de baixo valor) enviados da China continental e de Hong Kong para os EUA , estabelecida por uma regra da década de 1930, estará encerrada, o que pode acirrar ainda mais a guerra comercial entre Washington e Pequim.

Os EUA arão a taxar importações de itens com valor de até US$ 800 (cerca de R$ 4.540) à taxa de 90% sobre seu valor, um aumento em relação ao plano anterior de aplicar uma tarifa ad valorem de 30%, segundo o decreto sobre tarifas recíprocas publicado pela Casa Branca.

Com a isenção, produtos abaixo desse valor podiam entrar nos EUA livres de tributação — um grande benefício para varejistas de comércio eletrônico da China, como Shein e Temu, que enviam mercadorias mais baratas diretamente para consumidores americanos.

É um mecanismo similar ao usado pelo programa Remessa Conforme, da Receita Federal, em sua fase inicial no Brasil, quando encomendas internacionais no valor de até US$ 50 eram isentas de tributação.

Washington também aumentará a taxa por item postal para bens que entrarem entre 2 de maio e 1º de junho, de US$ 25 (R$ 141) para US$ 75 (US$ 425). Pacotes que chegarem após 1º de junho pagarão uma taxa de US$ 150 (R$ 851) por item, em vez dos US$ 50 (R$ 283) anunciados anteriormente.

No último dia 27, a gigante chinesa do fast-fashion Shein aumentou os preços de seus produtos nos Estados Unidos — de vestidos a utensílios de cozinha — antes da aplicação de tarifas sobre pequenos pacotes, em um sinal precoce do potencial impacto da guerra comercial sobre os consumidores americanos.

O preço médio dos 100 principais produtos da categoria de beleza e saúde subiu 51%, com vários itens mais do que dobrando de preço. Para produtos de casa, cozinha e brinquedos, o aumento médio foi superior a 30%, liderado por um aumento massivo de 377% no preço de um conjunto de 10 panos de cozinha. Para roupas femininas, a alta foi de 8%.

Fundada na cidade chinesa de Nanjing, mas agora sediada em Cingapura, a Shein tem contado amplamente com uma vasta rede de manufatura de vestuário do sul da China para produzir blusas de US$ 2 e camisetas de US$ 10 para consumidores da América do Norte e da Europa.

Brecha ajudou e-commerce chinês

Washington afirma que a isenção deu às plataformas de e-commerce chinesas — que cresceram enviando pequenas encomendas em volumes muito maiores — enormes vantagens sobre concorrentes já consolidados, como a Amazon. Críticos afirmam que o grande fluxo de encomendas da China é difícil de monitorar e pode conter mercadorias ilegais ou perigosas.

A decisão de Trump — embora tenha ocorrido mais cedo do que alguns analistas previam — já era amplamente esperada pela Temu e pela Shein. Desde o ano ado, as duas começaram a diversificar suas cadeias logísticas, expandindo suas redes de operação nos EUA e aumentando os pedidos em volumes maiores.

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