Negócios

Allugg capta R$ 30 milhões via FIDC para atender gigantes da tecnologia

Empresa de locação de equipamentos se prepara para o aumento da demanda por chips de inteligência artificial (IA) e o 'fim' do Windows 10

Felipe Rabaçal, Jorge Estelles e Francisco Rabaçal, fundadores da Allugg: empresa começou em 2021, quando restrições da pandemia começaram a flexibilizar

Felipe Rabaçal, Jorge Estelles e Francisco Rabaçal, fundadores da Allugg: empresa começou em 2021, quando restrições da pandemia começaram a flexibilizar

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 7 de maio de 2025 às 08h55.

Última atualização em 7 de maio de 2025 às 10h40.

Preços salgados e a demanda por computadores mais avançados movimentam o mercado na qual a Allugg está inserida. Especializada em locação de equipamentos como notebooks e desktops, a empresa paulista anuncia uma nova fase de expansão: ará a atender grandes empresas, especialmente as de tecnologia, e não só PMEs. Para isso, acabou de fechar uma captação de R$ 30 milhões por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), com o apoio da Oslo DTVM.

Fundada em 2021 por Jorge Estelles e os irmãos Felipe e Francisco Rabaçal, a Allugg começou focada em oferecer uma alternativa econômica à compra de equipamentos. Com uma plataforma automatizada que facilita o aluguel de tecnologia sob demanda, a startup rapidamente conquistou uma base de clientes sólida, formada principalmente por startups.

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Oportunidades no híbrido

A Allugg nasceu quando a pandemia desacelerava e as medidas de restrição, como o home office, diminuam. Era uma época em que funcionários poderiam precisar de um computador no escritório, mas também um notebook para levar para casa quando necessário (atualmente, 95% dos aluguéis realizados pela empresa são de notebooks).

A demanda do consumidor ficou mais complexa, e a Allug viu aí uma oportunidade: ou a se posicionar como uma empresa de Hardware as a Service (HaaS). Além da locação de computadores, notebooks, tablets e celulares, também o e completo, desde a escolha dos dispositivos até a gestão contínua.

"O que vemos agora é que, assim como no mercado de carros, as empresas estão cada vez mais optando por alugar equipamentos de última geração, em vez de comprar. Isso se deve à flexibilidade que o aluguel oferece e ao custo mais baixo em comparação com a compra", afirma Rabaçal​.

A startup teve seu primeiro grande impulso em 2021, quando o CESAR, venture builder de Pernambuco, liderou uma rodada de investimentos de R$ 4 milhões após ajudar a Allugg a construir a tecnologia da plataforma. O apoio de investidores-anjo também ajudou a empresa a se tornar o que é hoje. São cerca de 200 clientes, sendo 70% deles startups em tração.

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FIDCs para crescer

Com o apoio do FIDC, a Allugg garante um o mais ágil e escalável a recursos financeiros. São R$ 30 milhões que serão liberados progressivamente ao longo dos próximos 18 meses, conforme a demanda da empresa. Esse modelo oferece flexibilidade para a Allugg crescer sem comprometer sua saúde financeira, ao mesmo tempo que mantém a previsibilidade de fluxos de caixa.

Segundo Jorge Estelles, cofundador da Allugg, a experiência prévia dos fundadores com FIDCs tem sido crucial para entender a dinâmica de financiamento de uma operação intensiva em capital. Todos trabalharam no mercado financeiro anteriormente: Felipe no private branking do Itaú e Santander, e Francisco e Jorge na empresa de crédito CollectPlus.

“O mercado de FIDCs não é simples, e nossa experiência anterior nos deu uma base sólida para lidar com os investidores e com as demandas do mercado. Hoje, sabemos como usar esse capital para crescer sem comprometer nossa saúde financeira”, afirma Estelles. Antes dessa captação com a Oslo, a Allugg já operava um FIDC de R$ 20 milhões, proveniente de family offices, que forneceu um capital inicial essencial para sustentar sua expansão.

Chips de IA e o fim do Windows 10

Com a previsão de aquisição de até 10 mil novos equipamentos até 2026, a Allugg se prepara para uma fase de crescimento acelerado. A chegada dos chips de inteligência artificial (IA) em dispositivos como notebooks e desktops, principalmente os que integram tecnologias como o Apple M4, aumenta a demanda por equipamentos mais sofisticados, mas também eleva os custos.

“As empresas já estão começando a migrar para esses novos chips. O custo dos novos dispositivos vai ser o dobro do valor das máquinas comuns, o que cria uma oportunidade para o modelo de locação”, diz Rabaçal.

Além disso, com a interrupção das atualizações no Windows 10 pela Microsoft a partir de outubro de 2025, as empresas terão que atualizar seus parques tecnológicos mais rapidamente, o que pode resultar em um aumento substancial na demanda por locação de equipamentos.

A expectativa é fechar o ano de 2025 com uma receita recorrente anual (ARR) superior a R$ 25 milhões.

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