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Aos 26, ele recusou vender sua empresa por US$ 600 milhões — hoje ela vale US$ 4,4 bilhões

Para um grupo de jovens empreendedores que começaram o negócio numa garagem na Califórnia, o valor poderia parecer um sonho, mas a aposta foi que a empresa poderia crescer ainda mais

Aaron Levie, da Box: empresário achou que poderia construir algo maior do que um negócio de 600 milhões de dólares — e estava certo (Divulgação)

Aaron Levie, da Box: empresário achou que poderia construir algo maior do que um negócio de 600 milhões de dólares — e estava certo (Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 27 de maio de 2025 às 12h33.

Em 2011, Aaron Levie tinha 26 anos e uma decisão difícil nas mãos: vender a Box, startup de armazenamento em nuvem que fundou com três amigos, por 600 milhões de dólares — ou seguir sozinho.

A oferta veio da Citrix, uma gigante da tecnologia na época.

A Box ainda era uma empresa em crescimento, com 7 milhões de usuários e cerca de 80 milhões de dólares captados com investidores. Para um grupo de jovens empreendedores que começaram o negócio numa garagem na Califórnia, o valor parecia um sonho.

A decisão de recusar o cheque, no entanto, mudou tudo.

Hoje, a Box vale 4,4 bilhões de dólares (mais de 20 bilhões de reais) e atende mais de 115.000 empresas ao redor do mundo.

“Estávamos apavorados, mas achamos que ainda dava para construir algo muito maior”, afirmou recente Levie em entrevista ao portal norte-americano Marketing Growmatics.

A escolha não foi tranquila. “Fiquei semanas sem dormir. A gente se isolou em um hotel em Half Moon Bay só para decidir o que fazer. Tinha o risco real de acabar com zero, mas mesmo assim achamos que valia mais a pena tentar”, diz.

De startup universitária a gigante da nuvem

Fundada em 2005, enquanto Levie ainda era estudante universitário, a Box começou como um serviço simples de armazenamento online.

A ideia era permitir que qualquer usuário guardasse arquivos na nuvem e asse de qualquer lugar.

Com o tempo, a empresa pivotou para o mercado corporativo, oferecendo soluções mais robustas de colaboração, segurança e gestão de conteúdo digital.

Com sede em Redwood City, na Califórnia, a Box se destacou com um modelo “freemium”, oferecendo espaço gratuito para atrair usuários e escalar sua base de clientes. A estratégia gerou tensões com investidores no início, mas foi crucial para o crescimento acelerado da empresa.

Hoje, a Box é referência global em content cloud, com serviços voltados para o armazenamento corporativo, compartilhamento seguro de arquivos, compliance e integração com sistemas empresariais. Atende desde pequenas empresas até gigantes da Fortune 500.

A proposta que quase mudou tudo

A Citrix chegou com a proposta quando a Box começava a ganhar tração. Segundo Levie, se a oferta tivesse vindo dois anos antes, eles teriam vendido. Mas o cenário era outro: o mercado estava aquecido, o time mais confiante e a estrutura da empresa começava a se consolidar.

Recusar 600 milhões de dólares não foi uma decisão que ou em branco.

“Fiquei surtado. Sou uma pessoa naturalmente ansiosa e ei semanas me perguntando se tínhamos feito a coisa certa”, diz.

A dúvida só começou a se dissipar meses depois, quando a empresa conseguiu nova rodada de investimento com avaliação acima do valor da oferta recusada.

O que mudou desde então

Desde o IPO em 2015, a Box se consolidou como uma das principais fornecedoras globais de soluções para gestão de conteúdo em nuvem.

O que fez a diferença, segundo Levie, foi a execução. “Não são as ideias que importam. É a execução. Isso define se você vence ou não”, afirma.

Hoje, o foco de Levie está em seguir resolvendo problemas de negócios com tecnologia.

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