Com quase 120 mil pessoas circulando por dia, o Terminal 2 de Guarulhos foi escolhido como vitrine para iniciativa da Nestlé
EXAME Solutions Publicado em 28 de maio de 2025 às 17h30. Última atualização em 29 de maio de 2025 às 09h35.
Ninho inaugurou, na quarta-feira, dia 21, sua primeira loja física no mundo, localizada no Terminal 2 do GRU Airport, em São Paulo. A unidade aposta no vínculo afetivo com os consumidores, oferecendo doces exclusivos à base de leite em pó e itens temáticos, como a “mala Ninho”. A operação marca a entrada da marca da Nestlé no varejo físico, com uma proposta sensorial voltada para a lembrança dos sabores da infância.
A iniciativa faz parte da estratégia da Nestlé de ampliar os pontos de contato de Ninho para além das gôndolas, testando seu desempenho em novos contextos de consumo. O espaço foi concebido como uma “pausa emocional” no ambiente agitado do aeroporto.
Localizada logo após o raio-x, a loja se destaca pela identidade visual da marca — com o amarelo em evidência. A ideia é gerar impacto imediato nos viajantes. Aos 80 anos, Ninho busca se reconectar com diferentes públicos: de famílias com crianças a jovens adultos e viajantes ocasionais.
Segundo Marcelo Citrangulo, vice-presidente de Nutrição da Nestlé Brasil, a escolha do Terminal 2 não foi à toa: além do alto fluxo de pessoas — mais de 119 mil diariamente — a operação é conduzida por um parceiro com expertise em varejo físico, o Grupo FIT.
“Essa é uma marca muito importante para a Nestlé hoje. Cada detalhe dessa loja foi muito bem pensado em respeito à marca e ao consumidor. Desde a receita até o atendimento”, diz.
Com o Brasil como principal mercado de Ninho no mundo, a unidade também funciona como um espaço de experimentação. Já foram recebidas mais de 100 sugestões de novos produtos, atualmente em avaliação. A ideia é escutar os clientes e transformar essa escuta em oportunidades reais de negócio.
Segundo Citrangulo, um dos primeiros aprendizados foi o apelo dos alimentos em relação ao café: a loja vendeu cinco vezes mais comidas do que bebidas, um indicativo relevante sobre o comportamento de consumo no local.
Entre os destaques do cardápio estão o Bolo Ninho + Negresco, o Pudim com toque de leite em pó e a Éclair com cobertura cremosa, todos desenvolvidos pela chef Daniele Tsujiguchi. Também fazem parte da oferta itens para presente, como a mala Ninho — que já gerava interesse mesmo antes do lançamento.
Mais do que vender, o objetivo é estreitar laços. A força simbólica de Ninho justifica sua presença em um novo formato de varejo, aproximando a marca do público em momentos cotidianos e afetivos. “A marca Ninho tem essa conexão emocional que não existe em outras marcas. Ela é uma marca única”, afirma Citrangulo.
O executivo compara a iniciativa à experiência da Nescafé, que possui cerca de 300 lojas na América Latina. Enquanto a Nescafé explora uma proposta mais direta, centrada no consumo de café, Ninho chega com um modelo que aposta na surpresa e no afeto — uma cafeteria fora do comum, com produtos icônicos e ambientação reconhecível.
“A gente está entregando o que o consumidor pediu. A importância de escutar nosso cliente, entender a verdadeira demanda, está no centro da estratégia.”
Se os resultados forem positivos, a ideia é escalar o projeto para outros aeroportos ou locais com grande circulação. Para Citrangulo, a loja pode se tornar um marco na evolução da marca — e abrir caminho para uma nova frente de negócios com foco em experiência e presença física.