Gigante da tecnologia teve lucro de US$ 25,8 bilhões no último trimestre, mas segue com ajustes em sua estrutura global
Redação Exame Publicado em 13 de maio de 2025 às 12h05. Última atualização em 13 de maio de 2025 às 12h05.
A Microsoft anunciou nesta terça-feira, 13, a demissão de cerca de 3% de sua força de trabalho global, o equivalente a aproximadamente 6.800 pessoas, com base nos números mais recentes de empregados da companhia. As dispensas afetam todos os níveis, equipes e regiões onde a empresa atua.
A medida acontece mesmo após a empresa registrar um trimestre de forte desempenho, com US$ 25,8 bilhões de lucro líquido e projeções otimistas divulgadas no fim de abril. Em comunicado à emissora CNBC, a Microsoft afirmou que segue realizando “mudanças organizacionais necessárias para se posicionar da melhor forma em um mercado dinâmico”.
Com cerca de 228 mil funcionários até junho, esta é a maior reestruturação desde janeiro de 2023, quando a companhia eliminou 10 mil cargos. À época, o foco era ajustar operações diante de um cenário econômico mais incerto. Em janeiro deste ano, a empresa havia promovido uma rodada menor de cortes, vinculada ao desempenho individual. A nova onda, segundo a Microsoft, não tem relação com performance.
A decisão, segundo um porta-voz, tem entre os objetivos a redução de camadas gerenciais, sinalizando um esforço de enxugamento estrutural.
A movimentação da Microsoft ocorre em meio à transição estratégica acelerada rumo à inteligência artificial. Em janeiro, o CEO Satya Nadella já havia indicado que mudanças na execução de vendas impactariam o crescimento da Azure, plataforma de computação em nuvem da empresa, especialmente nas áreas fora de IA.
“Em momentos de mudança de plataforma, é preciso ajustar incentivos e ir ao mercado de maneira diferente”, disse Nadella na ocasião, reforçando a priorização de novos modelos e parcerias ligadas à IA.
Apesar dos cortes, as ações da Microsoft seguem em alta. Os papéis fecharam na segunda-feira a US$ 449,26, maior valor do ano até agora. O recorde anterior havia sido registrado em julho do ano ado, a US$ 467,56.
A notícia chega dias após a CrowdStrike, empresa de segurança cibernética, anunciar corte de 5% em seu quadro de funcionários, sinalizando um novo ciclo de ajustes no setor de tecnologia mesmo diante de resultados financeiros robustos.